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Sem passar pano! O 1T25 do Banco do Brasil #BBAS3 é um Pesadelo. Você Está Preparado para o Tombo? É necessário para aprender a pedalar.

  • há 11 horas
  • 5 min de leitura

Se você me conhece, sabe que não passo pano para resultados ruins, mesmo quando gosto da ação, e o BBAS3 entregou um verdadeiro desastre.


O mercado está castigando a ação hoje, com quedas de mais de 13% no leilão de abertura. E tem parte de razão nesse caso.


Olha essa matéria da UOL de 17/08/2022 ... será que é isso que ocorreu?


Pior que não, pois os principais efeitos ruins vieram do agro e regulamentação mais rígida para segurança das instituições com relação a inadimplência.


Inadimplência, provisões e margens apertadas, e a gestão parece perdida.


Análise dos Resultados do 1T25:


Lucro líquido ajustado de R$ 7,37 bilhões, uma queda forte de 20,7% a/a e 23% t/t, ficando 19% abaixo do consenso de mercado (R$ 9,06 bi).


O ROE (retorno sobre o patrimônio líquido, principal métrica olhada nos bancos, pois mostra quanto eles conseguem rentabilizar em cima do patrimônio) despencou para 15,8%, o pior desde 2021, contra 20,8% no 4T24 e 21,7% no 1T24.


E espera, podia ser pior, pois o IR no 1T25 foi super baixo, em apenas 4% ante 16% no 4T24)


O banco piorou em praticamente todas as linhas do balanço, E, olha, não é para menos.


O que deu errado? Quase tudo.


O resultado foi um combo indigesto de problemas internos e externos, com o agronegócio e a nova regulação do Banco Central (Resolução 4.966/21)

Vamos destrinchar:


  • Inadimplência no Agro:


    A carteira de agronegócio, que representa R$ 406 bilhões (31,7% da carteira total), virou um problema.


A inadimplência subiu para 3,04% (+0,6 pp t/t; +1,9 pp a/a), puxada por produtores de soja e milho que estão sofrendo com a combinação de preços baixos e problemas climáticos da safra 2023/2024.


A colheita recorde de 2025 pode aliviar


A inadimplência geral (acima de 90 dias) chegou a 3,9% (+0,5 pp t/t; +1,0 pp a/a), com piora também em PF (5,1%) e PJ (4,1%).


O índice de cobertura caiu para 172%, um nível baixo para o cenário de deterioração atual.


Resolução 4.966: Uma rasteira, agora contábil


A nova regra do BC, que implementa o modelo de perdas esperadas, foi mais um golpe no lucro do 1T25.


O banco teve que aumentar provisões (PDD) em 19% a/a, para R$ 10,2 bilhões, mesmo para créditos adimplentes, o que é (em parte) um exagero.


A resolução também mudou o reconhecimento de receitas de operações em estágio 3 (créditos problemáticos), que agora só entram no caixa, e não mais por competência.

Antes, enquanto renegociava crédito com os clientes o BB e os demais bancos iam reconhecendo a receita, mas gora, não podem mais.


Isso cortou R$ 1 bilhão da margem financeira bruta (NII), que já estava sofrendo com o descasamento entre ativos prefixados e passivos pós-fixados num cenário de Selic nas alturas.


O BB, que sempre se gabou de ter um balanço "protegido" contra oscilações de juros, tomou uma surra aqui.


  • Margem Financeira: Um Tombo Feio


A margem financeira bruta caiu 7,2% a/a, para R$ 23,9 bilhões, e 10,9% t/t.


Além do impacto da Resolução 4.966, o custo de captação disparou (+12,9% t/t; +20,4% a/a), puxado pela Selic elevada e pela emissão de R$ 8 bilhões em Letras Financeiras Perpétuas.


A tesouraria do Banco Patagonia, que opera na Argentina, também decepcionou, com queda de 57,4% a/a. O resultado? Um spread mais apertado e uma rentabilidade pior, mesmo com a carteira de crédito crescendo 14,4% a/a (R$ 1,28 tri).


Crescer a carteira é ótimo, mas não quando você está emprestando para quem não paga.


  • Custos e Despesas: Sem Alívio


As despesas administrativas subiram 6,3% a/a (R$ 14,6 bi), puxadas por investimentos em tecnologia (+24,8% a/a).


A PDD explodiu, como já mencionado, e a recuperação de crédito caiu 33,1% t/t.


Ou seja, o banco está gastando mais, provisionando mais e recuperando menos:


Suspensão do Guidance: Um sinal de gestão meio perdida


O BB suspendeu as projeções de lucro líquido ajustado, margem financeira bruta e custo de crédito para 2025 pela baixa visibilidade por causa do agro e da nova regulação


Antes, o BB esperava um lucro em 2025 de R$ 37 bilhões a R$ 41 bilhões. Agora, nem ele sabe mais o que esperar.


A revisão só virá no 2T25, e até lá, o mercado vai seguir no escuro.


E o mercado é que nem criança: tem muito medo do escuro!


As projeções para carteira de crédito, receitas de serviços e despesas administrativas foram mantidas, mas a linha final é que o investidor quer saber


Pontos (Levemente) Positivos


Nem tudo é tragédia.


A carteira de crédito cresceu bem (+1,1% t/t; +14,4% a/a), com destaque para PJ (+22,4% a/a) e agro (+9,0% a/a).


O capital principal subiu para 10,97% (+0,08 pp t/t), próximo da meta de 11%, e o índice de Basileia está em 14,1%.


A distribuição de JCP de R$ 1,91 bilhão (R$ 0,33 por ação, pagamento em 12/06/2025) também é um alento, mas 1% de dividend yield (retorno em dividendos) não vai aplacar os ânimos do investidor que ficou furioso com o lucro muito menor que o esperado


Valuation e avaliação:


O BBAS3 está barato, negociando a 0,85x P/VP e 4,1x P/L 2025 (ou 5x anualizando o lucro fraco do 1T25)


Com dividend yield estimado de 8% ficar com a ação é mais fácil.


O problema é que o ROE de 15,8% é uma sombra do que já foi (quase 20%), e a perspectiva de deterioração adicional no agro e na qualidade do crédito vai dar medo mesmo


Pagando 0,85x , você está levando um ROE de 18,6% afinal está comprando mais patrimônio por um preço menor que 1x.


Vamos comparar com os amiguinhos dele:


 PVPA 

ROE 12 meses

ROE 1T25 anualizado

ROE 12m "comprado"

ROE 1Tanualizado "comprado"

ITUB4

      2,10

20,33%

22,46%

9,69%

10,71%

BBAS3

      0,91

18,07%

14,76%

19,75%

16,14%

BBDC4

      0,99

12,59%

14,13%

12,72%

14,27%

SANB11

      1,27

15,38%

16,97%

12,14%

13,39%

BPAC11

      2,60

20,45%

21,47%

7,87%

8,26%


P/E 12m

P/E 1T25 anualizado

Dividend Yield estimado

ITUB4

      10,3

      9,3

5,4%

BBAS3

        4,5

      5,5

9,1%

BBDC4

        7,8

      7,0

7,2%

SANB11

        8,1

      7,4

6,8%

BPAC11

      12,5

    11,9

4,2%

Interferência Política? Talvez, mas o Agro foi REALMENTE o Vilão Principal


O histórico de empresas estatais não ajuda, mas os números apontam que o grande problema é o agronegócio.


Comparado com Itaú e Bradesco, que entregaram lucros acima do esperado, o BB parece o patinho feio do setor. Isso não é só má gestão; é um modelo de negócios que está sofrendo mais do que os pares por causa da exposição ao agro.


Perspectivas para o Futuro: Nevoeiro


O BB promete que a colheita de 2025 pode melhorar as coisas, mas eu e o mercado já ouvimos essa história antes.


Acho mais provável que o ROE deva ficar na casa dos 16-17% em 2025, longe dos 20% que o mercado adorava.


Conclusão:


Estômago forte É NECESSÁRIO PARA SER UM INVESTIDOR DE AÇÕES DE SUCESSO, SEMPRE!


Nem sempre as coisas saem perfeitas, como o desejado. A vida é assim, não só o mercado.


Assinante da carteira ALL IN ONE, POR ENQUANTO, MANTENHO A RECOMENDAÇÃO DO BANCO INALTERADA, NADA MUDA.

Você encontra a recomendação do que fazer diante do cenário aqui nesta tabela.


Cristiane Fensterseifer, Analista NPI, CGA www.Investe.com.br

 16/05/2025

 
 
 

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