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O melhor retorno sobre o patrimônio é de um Banco público -banco do Brasil (BBAs3)

O Banco do Brasil divulgou um lucro líquido ajustado de R$ 9 bilhões no 4T22, 52% maior que no 4T21 e maior que a expectativa do mercado.


No ano fechado, o lucro líquido de R$ 32 bi foi 51% maior que em 2021.


BBAS3 sobe forte hoje (4%) após o excelente resultado !


O retorno sobre patrimônio líquido ajustado (ROAE) ficou em 23% no 4T23, ainda melhor que o alto ROE do Itaú, um dos bancos privados mais eficientes do Brasil.


Em termos de comparação, o ROE do BTG foi de 21% no ano, o ROE do Itaú ficou em 19% e o do Bradesco em apenas 4% , fortemente impactado pelas provisões para possíveis perdas com as Americanas - clique aqui para ver mais: Bradesco o pior resultado dentre os bancões


Inadimplência controlada e perfil baixo de risco


A inadimplência ficou bem controlada no 4T22 e o banco provisionou 50% da exposição nas Americanas, com impacto estimado em cerca de R$400 milhões do total de provisionamento de R$ 788 milhões.


Importante destacar que sua exposição relativa era uma das menores dentre os grandes bancões e por isso ele não foi tão afetado como Santander e Bradesco, por exemplo.


O BB tem uma carteira de crédito com o perfil defensivo, devido a grande participação do segmento agro na sua composição de concessão de crédito.


Com este perfil o BB tem a um índice de inadimplência abaixo dos demais bancos e a inadimplência ficou em 2,5% no 4T22 (ainda que tenha subido levemente na comparação trimestral, provavelmente pelo impacto das Americanas) .


O crescimento da carteira de crédito ampliada foi de 15% frente ao 4T21, principalmente em empréstimos agrícolas refletindo nosso bom momento neste setor.



Os spreads (diferença entre o custo do capital e taxas de empréstimos) mais altos levaram a um aumento de 10% na receita líquida de juros (NII) no 4T22, com elevação de 35% na margem financeira líquida.


Proventos generosos


O banco vai pagar R$ 0,239 por ação de dividendos e R$ 0,5826 por ação de juros sobre o capital próprio (JSCP) em 03/03/2023.


As ações serão negociadas a "ex-direitos" a partir do dia 24/02, ou seja quem for da base acionária até la tem direito aos proventos.


O pagamento destes proventos dá cerca de 3% de retorno em proventos frente a cotação atual (dividend yield), um bom provento que se anualizado daria 12% de retorno.


Lembrando que recentemente o banco manteve sua política de 40% de payout (pagamento de proventos sobre o lucro liquido).


O Banco do Brasil também informou que exercerá a opção de recompra total, de US$ 1,75 bilhão, do título de dívida subordinada de capital nível I emitido em 2012 em 15 de abril de 2023.


Perspectivas para 2023 indicam mais um ano positivo


Os números do 4T22 e a expectativa divulgada pelo BB mostram que este ano também deve ser bom para o banco.


A expectativa é que o crédito cresça de 8% a 12% - levemente superior ao que estimam os grandes bancos, na média - com expansão da margem financeira líquida (NIM) e custo do risco sob controle.


Deste crescimento de crédito, a estimativa é crescer de 7% a 11% no credito a pessoas físicas e empresas e de 11% a 15% para o agronegócio, o que mantém o perfil de atuação do Banco, que é forte neste segmento.


As receita de serviços devem crescer de 7% a 11% e as despesas administrativas também.


Na faixa superior das estimativas o BB lucraria R$ 37 bilhões em 2023 ou um crescimento de 16% em relação a 2022.


Já no cenário pessimista divulgado, seriam R$ 33 bilhões de lucro, praticamente o mesmo de 2022.


Em termos de provisões, devem ficar entre R$ 19 bilhões a R$ 23 bilhões este ano, segundo as estimativas do banco.


Em caso de agravamento do caso das Americanas o impacto em provisão já estaria contemplado nas projeções para 2023.




Múltiplos baixos


Com o resultado, as ações do Banco do Brasil estão negociando a múltiplos muito baixos, em cerca de 3 vezes o Preço/Lucro esperado quando consideramos as estimativas para 2023


A média do guidance do Banco do Brasil indica R$ 35 bilhões em ganhos para 2023, um crescimento de 10% em relação ao forte ano que foi 2022 o que se traduziria em um retorno sobre o patrimônio liquido (ROE) de cerca de 21%.


Se as expectativas passadas se concretizarem será mais um ótimo resultado do Banco do Brasil em 2023, acima da nossa já elevada Selic de 14%.


Abraços

Cristiane Fensterseifer, CNPI, CGA e consultora CVM

14/02/2023

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