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BR Partners (BRBI11):Darwin teria orgulho de você!

Atualizado: 19 de fev. de 2023


Darwin já diria que não é o maior nem o mais forte, mas sim aquele com maior capacidade de adaptação que sobrevive.


A BR Partners é uma empresa que parece seguir bem esta lei da sobrevivência.


Breve introdução para quem não a conhece, a BR Partners é chamada por alguns de um "mini BTG" fazendo assessoria para fusões e aquisições e estruturação e distribuição de dívida para empresas, entre outros.



Com R$400 milhões no seu Patrimônio Liquido após a captação no IPO, ganhou musculatura para crescer.


A questão é que para crescer, o mercado de capitais teria que ajudar, e o mercado virou completamente.


A Selic pulou de 2% para 14%, e o dinheiro captado no IPO segue ajudando nos resultados da BR Partners.


Mas tudo bem, pois a nossa empresa da vez mostra que não é a toa que já passou por períodos mais difíceis que esse e seguiu crescendo.



Se a pujança das fusões e aquisições que a BR Partners assessorava para clientes que tinham captado muito nos seus IPOs arrefeceu, a empresa atua em novos mercados.


A área de M&A, um dos carros chefes, abre alas para uma área de reestruturação de dívidas de empresas que estão agora muito endividadas.



2022 e 4T22: Crescimento apesar dos mercado ruim


A empresa teve crescimento de receita e lucro em 2022, mesmo em um mercado de capitais muito mais fraco.




O pagamento de proventos colocado para aprovação na assembleia de 17 de março de 2023 torna o carrego das ações da BR Partners mais fácil: Em 2022 a empresa pagará 7,5% de dividend yield, distribuindo 62% do lucro líquido (payout).


O retorno sobre o patrimônio (ROE) anualizado foi de 19% uma remuneração acima da nossa alta Selic.


Investment banking


A área de destaque do negócio, que faz assessoria financeira para fusões e aquisições (M&A) teve queda de 13% na receita em 2022, para R$159 milhões, devido aos juros altos e incertezas políticas, que pararam alguns negócios.


Ainda assim, a receita desta área caiu muito menos que o mercado, que encolheu 43%


A BR Partners fez algumas transações icônicas e rentáveis em 2022 como assessoria ao Casino na venda do Assai e a assessoria a Fleury e Tupy em aquisições e ficou em 4 lugar no ranking na bloomberg em negócios anunciados.


A novidade aqui é a reestruturação de empresas


A independência da BR Partners traz um diferencial em reestruturação de empresas e isso deve crescer em 2023 com alguns setores em crise.



Mercado de capitais


É a área que faz originação, estruturação e distribuição de títulos de dívida para empresas.


A BR Partners geralmente faz coinvestimento e retem parte da dívida estruturada no balanço para dar credibilidade e liquidez à emissão.


O mercado ruim para IPOs de ações somada ao maior desenvolvimento do mercado de capitais, com mais alternativas para além do empréstimo bancário, abriu uma fase de captação de dívida pelas empresas.


O apetite do investidor por produtos de renda fixa também aumentou muito com a Selic alta.

E com isso o volume de emissões de dívida foi altíssimo, em R$ 457 bi segundo a Anbima.

Para a BR Partners, 2022 foi o melhor ano em emissões de dívidas, com alta de 38% no volume.


Foram R$6 bilhões em 46 operações entre CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários), CRA (Certificados de recebíveis do agronegócio), FII (Fundos imobiliários) e Fiagro (Fundo de Investimento do Agronegócio).

A BR Partners fez 8 emissões de debêntures, um mercado que conseguiu entrar após a injeção de dinheiro do seu IPO.


Assim, a receita da área de mercado de capitais da BR Partners cresceu 6% ano ano para R$97 milhões.


Estiveram presentes em novos setores com maior presença em real state (mercado imobiliário) e sua grande capacidade de distribuição de CRI.


No 4T22 a receita de Mercado de Capitais caiu pela deflação no Brasil com a desoneração de combustíveis prejudicando o carrego de notas ligadas a inflação.


Além disso as eleições levou a uma volatilidade grande a copa tirou liquidez do mercado.


Treasury Sales & Structuring


Área com nome estranho, faz a prospecção, estruturação e execução de operações de gestão de risco para clientes em juros, moedas e commodities e derivativos fechamento de câmbio e prestação de fiança.


A BR Partners não possui mesa proprietária, apenas oferta soluções aos clientes, não carregando o risco de posições proprietárias nas operações.


Em 2022 e receita cresceu 19%, para R$63 milhões, fruto de ampliação de limites de contrapartes e com melhora de rating do banco. A Fitch e a Moodys elevaram o Rating do Banco BR Partners para ‘AA-, de ‘A+’, com perspectiva Estável.


Selic maior = maior ganho

As receitas de remuneração de capital da BR Partners cresceram 174% para R$89 milhões, com aumento de capital do banco pelo IPO e pela Selic maior em 2022.


A receita de capital aplicado em CDI mostrou que o IPO compensou o crescimento mais desafiador do banco de investimentos.

No fim das contas, as receitas originadas por cientes também aumentaram, ainda que pouco e o que mais contribuiu no resultado foi a remuneração do capital do IPO.


A receita de serviços, mesmo com a entrada de 400 milhões no IPO em 2021 continua em 61% do resultado total o que mostra como o capital estimula o negócio de serviços junto aos clientes.


Carteira de títulos privados e bridge loans cresce 26% no ano.


Essa carteira é 100% composta por dividas que o BR Partners originam, estrutura e distribui e com ampla diligencia pela área de risco, sem qualquer credito inadimplente.


A carteira é revista constantemente nas exposições e 77% tem colateral com garantia imobiliária, se considerar garantia fiduciária vai para mais de 90% sem exposição concentrada.


O apetite para tomar crédito segue alto segundo a administração da empresa, apesar dos recentes acontecimentos, como o caso da Americanas (AMER3) mas sempre cautelosamente.


A alavancagem (Carteira de Títulos Privados + Bridge Loans / Patrimônio Líquido do veículo BR Partners Banco de Investimentos) foi de 2,2 vezes em dez de 2022 e deixa espaço para crescimento de ativos.


A Basileia (índice de saúde de instituições financeiras) de 24% é confortável, estável em relação ao trimestre anterior mesmo com o crescimento da carteira de crédito, devido a uma reciclagem de carteira de derivativos.


A Basileia acima dos 11% mínimo exigido também deixa espaço para crescer e para comparação, a Basileia do BTG é de 15%.


O Patrimônio Liquido do BR Partners era de R$ 804 milhões em dezembro de 2022 e o patrimônio do banco era de R$160 milhões.


Todo pagamento de dividendos vem de veículos de fora do banco, o qual está sendo recapitalizado com amostra crescimento de 6% anual.


O Funding de R$ 1,8 bi em dez de 2022 cresceu 108%¨em relação a 2021 e continuam mantendo níveis confortáveis de liquidez.


Eficiência aumentou


Os índices de eficiência e remuneração de 37% e 21% respectivamente, melhoraram mesmo com aumento no número de funcionários e de despesas para ampliar o negócio.


O índice de remuneração da BR Partners caiu frente ao crescimento de receitas motivado pela redução de 13% na receita da area de banco de investimentos no ano.


Na visão da empresa o mercado está mais frágil do ponto de vista de colocação das pessoas . alguns banco estrangeiros tem redução grande pessoal


Tem aprovado um plano de opção de ações, mas decidiram não ativar este ano por julgar o preço a ação baixo atualmente o que torna a diluição não interessante, por isso, fizeram basicamente remuneração usando o caixa da empresa.


Panorama para 2023

No investment banking tem um prolongamento de desaquecimento frente a 2022 com M&A de crescimento fomentados pelos IPOs escasso e oportunidades mais na consolidação de mercado de grandes players comprando ativos mais estressados pela crise.


O pipeline de assessoria para reestruturações também ganha tração em momentos mais complexo


No mercado de capitais o volume da indústria deve reduzir frente ao volume recorde de 2022 e com complexidade para liquidar operações dado o caso da dívida das Americanas


A queda de volume do mercado de capitais deve ser em parte compensado com emissão de dividas com maior rentabilidade.


Além do evento das Americanas outros tem afetado a precificação a mercado de títulos high grade o que atrapalha e afeta diretamente o volume de emissões, mas por outro lado ajuda colocar spreads de credito maiores e mai racionais e as emissões acabam com maior rentabilidade

Em Treasury e Sales o maior capital permite ampliar o limite com clientes e crescer mesmo que em ambiente mais desafiador.


Não vão crescer provavelmente como 2022 e serão mais seletivos, ativos que podem gerar mais arbitragem e o balanço leve da BR Partners, com ativos de boa qualidade ajuda.


A receita de remuneração de capital segue beneficiada pela alta Selic e com isso o banco pretende manter a rentabilidade e ROE elevado


Preço alvo e Valuation revisado !


Negociando a um P/L estimado de 7 vezes para 2023, com um retorno em dividendos de mais de 7% em 2022 e de cerca de 8% estimado, acredito que o BR Partners tem uma combinação boa de crescimento e resiliência para momentos de juros altos.


Como vimos acima, o resultado de 2022 se beneficiou da Selic alta remunerando melhor seu Capital.


O preço alvo atualizado é de R$15, um potencial de valorização de 40% e no atingimento deste valor o múltiplo P/L seria de 10 vezes, ainda baixo.


REAFIRMO A RECOMENDAÇÃO DE COMPRA EM BR PARTNERS (BRBI11) E SUA MANUTENÇÃO NA CARTEIRA!


16/02/2023

Abraços,

Cristiane Fensterseifer CNPI, CGA e consultora CVM




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