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Banco do Brasil (BBAS3) o maior lucro e o maior ROE do setor no 1T21

O BB apresentou lucro líquido recorrente de R$8,6 bilhões no 1T23, 29% maior que no 1T22, maior que o do Itaú (ITUB4) no trimestre e maior também que o esperado pela média dos analistas.


Com esse lucro, a rentabilidade ROAE foi de expressivos 21%, bem acima da Selic, um dos melhores do setor.


Praticamente todas as linhas do resultado foram positivas e cresceram frente ao ano passado:


· O crescimento da carteira de crédito foi maior que a projeção do BB para o ano, entre 8% e 12%


· A carteira de crédito aumentou 18% frente ao 1T22, com destaque para o crescimento no agronegócio, de 27%.


· As receitas com serviços subiram 8% frente ao 4T22 com aumento em seguros, administração de fundos e rendas com cartões.


· A margem financeira líquida (NII) que é a o valor recebido nas operações de crédito menos o custo de funding subiu 3% frente ao 4T22 e 38% frente ao 1T22.


· O NII veio bem acima do que o próprio banco passou como projeção beneficiada pela atuação em linhas de maior risco/retorno e o spread (valor que o banco ganha) ajustado pelo risco ficou estável, em 3,3%.


Inadimplência é o ponto de atenção, como para todo setor


· A inadimplência ficou estável em 2,6%, já as provisões para devedores (PDD) totalizaram R$6 bilhões no 1T23 e 10% menores do que no 4T22 quando o BB provisionou o caso das Americanas, mas 112% maiores do que no 1T22.


· Se anualizarmos a PDD do 1T23 teríamos uma PDD no ano acima da estimativa do bando para 2023, de R$19 bilhões a R$23 bilhões e esta talvez tenha sido a “notícia ruim” dos resultados.


· O índice de cobertura para inadimplência caiu de 227% para 203%, mas segue num patamar muito confortável e acima da média do sistema bancário brasileiro.


· O índice de capital principal ficou estável em 12% e o Índice de Basileia em 16%, ambos robustos e com margem de segurança.


Eficiência boa inclusive para padrões de empresas privadas


O BB teve um dos melhores indicadores de eficiência entre os grandes bancos com taxa de 29% mostrando um controle de despesas que nem sempre é esperado em uma estatal


Recomendação de investimentos atualizada


A queda das ações de cerca de 2% logo após o resultado parece refletir mais um dia ruim do Ibovespa do que um resultado ruim.


Apesar dos riscos de aumento na inadimplência devido ao cenário macro e pela maior inadimplência das safras mais recentes de crédito, e do medo de interferencias governamentais, o banco continua com desconto excessivo de múltiplos frente aos bancões privados na minha opinião.


Veja como o Banco do Brasil ganha em todas as métricas abaixo:


Fonte: Investe10
Fonte: Investe10

O Banco do Brasil (BBAS3) negocia a um P/L de menos de 4 vezes, enquanto a média de Itau, Bradesco e Santander é de 10 vezes.


Em termos de Preço sobre o valor patrimonial (PVPA) o BBAS3 negocia a apenas 0,7 vezes ante a média dos três bancões privados de 1,3 vezes.


O PVPA também etá abaixo da sua própria média em 10 anos, de cerca de 1 vez.


O Banco do Brasil tem o maior retorno sobre o patrimônio líquido do setor (ROE) e também a maior margem líquida do setor, de 35% ante 12% do ITUB4, 10% do BBDC4 e 9% do SANB11.


O retorno sobre o patrimônio (ROE) de 21% é altíssimo, e o consenso faz certo em esperar uma redução no futuro, pela concorrencia com as fintechs, por exemplo.


Ainda assim, se os 18,5% esperados para 3 anos se concretizar, teremos um ROE significativamente acima da Selic projetada para daqui a 3 anos que é de 8,7% pelo FOCUS em 2026.


Fonte: Simply Wall St
Fonte: Simply Wall St

Nas minhas projeções eu sou conservadoramente encerrei a projeção em um ROE de 17% e mesmo assim encontro um upside relevante de 56%, além de proventos de mais de 10% ao ano, como você pode ver abaixo.


Fonte: Investe10
Fonte: Investe10


Proventos tornam mais fácil carregar a ação


O Banco do Brasil (BBAS3) aprovou a distribuição de dividendos de R$ 0,1230 por ação e JCP de R$ 0,6544.


Este valor totaliza 2% de retorno sobre a cotação atual, a ser pago em 12/06/2023, tendo como base a posição acionária de 01/06/2023, sendo as ações negociadas “ex” a partir de 02/06/2023.


A estimativa é um retorno em proventos de 12% em 2023, em linha com consenso de analistas.


Os dividendos altos tornam mais atrativa a tese e mais facil de carregar a posição, além dos múltiplos baixos e dos resultados fortes, com alta rentabilidade


Por fim, o Banco do Brasil vem crescendo seus lucros em uma taxa média anual de 19%, enquanto a indústria de Bancos apresentou crescimento de faturamento de 11% ao ano.


Além disso, o fato de o BBAS3 ter grande parte dos empréstimos atrelados ao Agro reduz um pouco o risco de inadimplência, que é mais alto nas pessoas físicas , por exemplo, e torna seu balanço menos volátil e atrelado a estas.


CONCLUSÃO: MANTENHO RECOMENDAÇÃO DE COMPRA DE BANCO DO BRASIL (BBAS3) COM PREÇO ALVO ATUALIZADO DE R$67 por ação e upside de 56% mais 12% de retorno em dividendos.






Cristiane Fensterseifer – CNPI, CGA e consultora CVM

Instagram : @crisinveste

Twitter : @crisinveste


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