Suzano divulgou resultado melhor que o estimado pelos analistas de mercado.

A receita líquida subiu muito e avançou 37% ante o 4T23, para R$ 14 bilhões e 16% ante o 3T24, mesmo com o preço da celulose caindo.
Isso ocorreu pois o volume veio melhor, impulsionados por exportações que cresceram 25% ante o 3T24 e 19% ante o 4T23, além da entrada em operação do Projeto Cerrado.
As vendas da divisão de papéis também vieram acima do esperado.
O preço de venda da Suzano caiu menos que no mercado, em 13% ante o trimestre anterior e ela foi beneficiada pela valorização do dólar sobre as suas exportações (alta do dólar foi de 5% ante o 3T24 e de 18% ante o 4T23.

O Ebitda ajustado subiu 44%, atingindo R$ 6,5 bilhões e o prejuízo de R$ 6,7 bi no 4T24, o que foi até menor que a expectativa de prejuízo de até R$10 bi dos analistas pela variação de câmbio.
Mas “esqueça” o prejuízo, ele não é caixa e só reflete a alta do dólar sobre a dívida da empresa, que tem que ser contabilizado, na cabeça, hoje, mas só será pago ao longo de muitos anos, quando o dólar deve variar.
Só que ela é uma exportadora e, se o dólar não cair, a receita que ganhará até pagar esta dívida mais do que compensará a alta da dívida.
FOQUEMOS NO QUE IMPORTA: A geração de caixa foi muito boa!
O caixa gerado nas operações foi de R$24 bi!
Excluindo deste os juros e imposto de renda, o capex DE MANUTENÇÃO (dado que o Capex de crescimento trará crescimento futuro) a Suzano em 2024 gerou R$12 bi de fluxo de caixa LIVRE ajustado.
Esta é a maneira mais “justa” de analisar dado que o CAPEX de expansão está ainda muito alto com o projeto Cerrado que recém terminou a fase mais alta de investimentos, teve aquisições de fábricas nos EUA e compra de novas terras.

Fonte: O Globo

Se usarmos o investimento recorrente caso não fosse gasto em crescimento do negócio, ou seja, o investimento com manutenção, apenas para continuar rodando o negócio, como o Valor de Mercado da SUZB3 é R$ 73 bi hoje, o FCF yield é de 16% - OU SEJA BEM ACIMA DA SELIC ATUAL e MUITO MAIS DO QUE OS 8% DE RETORNO REAL DO IPCA+.
A própria Suzano colocou um FCL Ajustado no release:

Por fim, a evolução na produção da nova planta de Ribas do Rio Pardo (MS) – o projeto Cerrado – deve melhorar o fluxo de caixa com redução no custo já em 2025.
O ponto de atenção do 4T24: Margens menores que no 3T24
A margem Ebitda de 45,7% foi menor em 7,4p.p ante o 3T24 e subiu 2p.p. ante o 4T23.
A margem sofreu com a alta do dólar sobre matéria prima dolarizada, como químicos e com a alta no preço da soda cáustica.
Os custos até caíram: queda de 7% ante o 3T24 excluindo custos não recorrentes do trimestre anterior e ajustando pelas paradas para manutenção, mas a queda não foi suficiente para manter margens.
No segmento de celulose, o EBITDA foi de R$5,7bi, estável frente ao 3T24 mas com alta de 52,5% ante o 4T23 impulsionado pela valorização do dólar frente ao real e aumento de volume pela evolução do projeto Cerrado.
O negócio de papel teve um EBITDA de R$751m, alta de 7% ante o 3T24 e estável ante ao 4T23 com custos maiores de integração da unidade adquirida nos EUA.
Prejuízo não importa nesse caso
A Suzano reportou um prejuízo de -R$6,7bi ocasionada por impacto contábil da variação cambial na dívida e nas operações de hedge em moeda estrangeira de R$10bi no 4º trimestre.
Isso porque 85% da dívida da Suzano é atrelada ao dólar e a taxa de câmbio USD/BRL no 4T24 chegou a R$6,19 alta de 14% ante os R$5,45 no 3T24, o que faz a dívida em REAIS aumentar e essa diferença é contabilizada como prejuízo, como mostrado abaixo:

Mas o prejuízo, não é caixa e só reflete a alta do dólar sobre a dívida da empresa, que tem que ser contabilizado, na cabeça, hoje, dado que a dívida só será paga ao longo de muitos anos (a maior parte após 2030 como você pode ver abaixo) e enquanto isso o dólar deve variar para cima e pra baixo.

Só que ela é uma exportadora e, se o dólar não cair, a receita que ganhará até pagar esta dívida mais do que compensará a alta da dívida.
É possível que o dólar permaneça elevado
(o que é ótimo para a tese de suzano se ocorrer)
O dólar já caiu 6% desde a máxima de R$6,18 em dezembro de 2024 para os atuais R$5,79, levando a uma queda de cerca de 7% das ações da Suzano, que acompanha muito a divisa, por ser uma exportadora.
O cenário complicado da situação fiscal brasileira pode continuar pesando no câmbio bem como as tarifas de Trump às importações que elevam as expectativas de inflação nos EUA (a inflação divulgada ontem foi acima do esperado e o Fed deve manter as taxas de juros mais altas por mais tempo).
Perspectiva para os preços de celulose - o pior parece ter já passado - o equilíbrio depende da nova capacidade e do crescimento da economia mundial
Me parece que estamos no meio do ciclo e o preço da celulose de fibra curta (BHKP) deve ficar estável.
Isso pois se de um lado um volume expressivo de oferta será adicionado no mercado em 2025 com a entrada do Projeto Cerrado da própria Suzano.
Empresa | País | Projeto | Capacidade (milhões de toneladas/ano) | Previsão de Início de Operação | Fonte |
Arauco | Brasil | Projeto Sucuriú | 3,5 | Segundo semestre de 2027 | El País |
Suzano | Brasil | Projeto Cerrado | 2,55 | Julho de 2024 | Suzano |
CMPC | Brasil | Projeto Natureza | 2,5 | Segundo trimestre de 2029 | Portal Celulose |
Klabin | Brasil | Projeto Puma II | 0,45 | Agosto de 2021 |
Observa-se que os projetos de maior capacidade estão concentrados no Brasil, refletindo a posição do país como líder na produção de celulose - aliás, aqui reside um dos diferenciais competitivos da tese de investimentos de Suzano.
Por outro lado, a demanda global está aquecida com a urbanização da Asia e alguns desafios logísticos e paradas de manutenção ou por outros motivos tal como desligamento de maquinário antigo compensa a nova oferta.
Projeções e recomendação
Apresento abaixo as projeções realizadas e atualizadas com os números do 4T24
A receita cresce em 2025 com a entrada em operação em 21 de julho de 2024 em 21 de julho de 2024 da Unidade de Ribas do Rio Pardo, conhecida como Projeto Cerrado com capacidade anual de 2,55 milhões de toneladas de celulose branqueada de eucalipto.
Antes do Projeto Cerrado, a capacidade instalada de produção de celulose da Suzano era de 10,9 milhões de toneladas por ano. Com a adição da nova unidade, essa capacidade aumentou para 13,5 milhões de toneladas anuais, representando um incremento de aproximadamente 24% na capacidade total da empresa.
A produção da nova unidade está sendo escalonada ao longo do tempo. As estimativas iniciais previam uma produção de cerca de 900 mil toneladas em 2024, com a unidade atingindo 2 milhões de toneladas ao final de 12 meses de operação. A conclusão da curva de aprendizado estava prevista para aproximadamente nove meses após o início das operações.
Em janeiro de 2025, a unidade alcançou a marca de 1 milhão de toneladas de celulose produzidas, estabelecendo o menor intervalo já registrado globalmente por uma fábrica para atingir esse volume. Esse marco foi alcançado em menos de seis meses de operação, indicando uma eficiência acima do esperado.
Com a plena operação da unidade de Ribas do Rio Pardo, a Suzano espera um aumento significativo em seus volumes de produção nos próximos anos, consolidando sua posição como líder global no setor de celulose.

Negociando a um EV/EBITDA estimado para 2025 de 5,4x e com ganhos de eficiência, a Suzano segue recomendada como COMPRA e indicada na carteira ALL IN ONE DO INVESTE10.
Veja no quadro abaixo o preço alvo e potencial atualizados, bem como as principais premissas utilizadas:

Perceba que conservadoramente o crescimento na perpetuidade utilizado é baixo e que o custo da dívida é de apenas 5% ao ano em dólares, o que leva a uma taxa de desconto bastante baixa no Valuation.

A Suzano deve continuar diminuindo o endividamento & crescendo & pagando proventos altos, enquanto confere proteção de uma escalada do dólar para seus acionistas! São bons motivos para permanecer na carteira.
Confira aqui o relatório de indicação e riscos para a tese:
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Abraços
Cristiane Fensterseifer – CNPI, CGA e consultora CVM de investimentos no www.investe10.com.br
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