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Brava (BRAV3): a hora da colheita se aproxima. Uma atualização super completa do case

A Brava é uma ação que vai do céu ao inferno.


Após bater a máxima de R$50 em novembro de 2022 a ação caiu até 67%, para as mínimas de R$16 em novembro de 2024, um valor menor que seu IPO, quando era uma empresa muitas vezes menor em ativos do que é hoje.

Fonte: Google

 A tempestade perfeita.

 

Olha tudo que impactou negativamente a Brava nos últimos tempos:

 

·       O preço do petróleo vem caindo, saiu de US$90 em 04/2024 para atuais US$73 por barril, principalmente com a demanda mais fraca e riscos advindos da transição energética, como maior uso de carros elétricos. Isso fez inclusive a OPEP recentemente postergar o aumento de produção, o que deu um alívio.

Fonte: InvestingPro - link para a ferramenta no final do artigo

·       A FPSO Atlanta que veio com a fusão com a Enauta e era esperada para entrar em operação no meio do ano, ainda não entrou em produção, devido à necessidade de aprovações regulatórias, e a ANP marcou para o final de dezembro a vistoria do sistema. O licenciamento ambiental, que já saiu, atrasou bastante pela greve do Ibama.


·       A produção em Papa Terra foi paralisada para executar atividades de manutenção e preservação da integridade do FPSO


  • Os juros do Brasil dispararam...


·       Tudo isso em meio a um momento de elevado investimento (Capex) o qual vai se reduzir já em 2025, com a conclusão da fase 1 do Atlanta, segundo a empresa.

 

Passada a fase do plantio, começa a colheita.

 

Os resultados da Brava devem melhorar com a iminente entrada em produção do FPSO Atlanta, com a retomada da produção em Papa Terra e a conclusão da aquisição do Parque das Conchas.

 

Com o ramp up da produção offshore, o Capex por barril vai cair e possibilitará uma forte expansão da geração de caixa e consistente ampliação da remuneração dos nossos acionistas via dividendos.

 

O maior investimento no último trimestre foi pelos sistemas submarinos em Atlanta e a campanha para conectar os seis poços ao novo FPSO. Parte relevante desse CAPEX, cerca de R$ 165 milhões, é CAPEX diferido das bombas multifásicas que vão sendo pagas ao longo dos próximos 12 anos.

 

O plano para superar os desafios e capturar as sinergias da fusão com a Enauta

 

A Brava Energia passou por uma reestruturação significativa nos últimos meses, com uma redução de 10% na força de trabalho, simplificação da estrutura organizacional e integração das operações onshore e offshore.

 

A companhia deve se beneficiar do aumento da produção offshore e gerar valor significativo para os acionistas nos próximos anos.

 

Nada melhor que as palavras do próprio CEO da empresa, falando nisso:

 

"Concluímos o planejamento estratégico que a gente conduziu logo após a fusão. Definimos o portfólio alvo e os resultados financeiros alvos da companhia e um plano de ação com mais de 130 iniciativas para melhorar a eficiência das nossas operações e alinhar as diferentes dimensões de gestão da companhia." - Décio Odoni

 

"Resultados que vão melhorar rapidamente com a iminente entrada em produção do FSO Atlanta, a retomada de Papa Terra e a conclusão da aquisição do Parque das Conchas." - Décio Odoni

 

A nova fase da Brava | o foco da empresa é:

 

·       Monitorar a retomada da produção em Papa Terra e a entrada em produção do FPSO Atlanta.

 

·       Otimização do portfólio, com foco em ativos de maior retorno e na melhoria da eficiência operacional

 

·       Redução de custos

 

·       Acompanhar o progresso na captura de sinergias e a otimização do portfólio, criação de valor em trading

 

·       Desalavancagem da e pagamento de dividendos para 2025 e 2026.


A estratégia da Brava para otimizar seu portfólio de ativos

 

A racionalização do portfólio deve ser através de parcerias ou desinvestimentos.

 

O objetivo é focar a atividade nas concessões mais importantes, que representam 20% do total e são responsáveis por 90% do EBITDA.

 

No midstream (refinaria), a empresa busca parcerias para extrair mais valor de sua posição na Bacia Potiguar, especialmente em relação à infraestrutura de gás.

 

Um exemplo é a discussão em curso com a PetroRecôncavo para buscar sinergias na bacia do Potiguar, especialmente no escoamento de gás.

 

O objetivo principal é simplificar a operação da companhia, aumentar a eficiência e ajustar o portfólio, e não gerar recursos através de desinvestimentos.

 

A Brava Energia acredita que essa estratégia, juntamente com a retomada da produção em Papa Terra e o ramp-up da produção em Atlanta, permitirá aumentar a geração de caixa e reduzir a alavancagem da companhia ao longo de 2025.

 

Possível desinvestimento de campos 

A empresa planeja desinvestir de ativos que não sejam prioritários

 

Hoje, dia 17/12/24 a Brava Energia soltou um fato relevante que assinou exclusividade para potencial venda de concessões no Rio Grande do Norte com a Azevedo (AZEV3) e contratou um assessor financeiro para otimização do portfólio.

 

Algumas notícias na mídia informam que a empresa pretende vender alguns ativos onshore, buscando simplificar operações e focar em concessões mais rentáveis e que a meta seria levantar US$ 3 bilhões, com a primeira venda prevista para o 1º trimestre de 2025.

 

A iniciativa é positiva pois visa melhorar caixa e focar em campos mais rentáveis que fazem mais sentido no atual momento da empresa

 

A estratégia de redução de custos da Brava

 

No 3T24 o lifting Cost (custo de extração de petróleo) foi de US$20 por barril de óleo equivalente, considerando o afretamento do FPSO Petrojal em Atlanta e desconsiderando o afretamento, seria um pouco abaixo de R$ 18 por barril.

 

Há um bom potencial de redução do custo de extração com o aumento da produção, e já vimos isso ocorrer em outras junior oil como a PetroRio.

 

A empresa também fez uma otimização de pessoal com redução de cerca de 10% na força de trabalho após a fusão com a Enauta, reduziu o número de gerências e integrou as operações onshore e offshore.

 

A Brava avalia mais de 130 iniciativas para melhorar a eficiência, além da captura de sinergias com consolidação da logística aérea e naval na área offshore e a integração das campanhas futuras de desenvolvimento.

 

Também está maximizando o uso de gás na plataforma de Papa Terra para reduzir o consumo de diesel, um item de alto custo na operação do campo.

No onshore, a empresa está utilizando mais leves e ágeis, com custo menor que as sondas convencionais, e sondas de perfuração com sistema "walking system" que permite a rápida mobilização entre poços, sem necessidade de desmontagem.

 

Por fim, a empresa está negociando contratos de longo prazo para a fase 2 de Atlanta e os novos poços de Papa Terra e Malombe, o que garante preços mais competitivos e antecipa a aquisição de equipamentos, aproveitando as cartas de intenção da fase 2 de Atlanta.

 

Para otimizar caixa, postergaram investimento no campo de Oliva e desistiram da aquisição de Uruguai Tambaú.

 

A parada e a volta de Papa Terra

 

O reservatório de Papa Terra, possui aproximadamente 2 bilhões de barris de óleo equivalente in place, conforme estimativas da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

 

O fator de recuperação atual é de cerca de 2,5%, significativamente abaixo da média da Bacia de Campos, que é de aproximadamente 16%.

 

Qualquer percentual a mais aumentar nesse fator de recuperação é muito óleo a mais sendo produzido e é isso que a Brava está vislumbrando para o futuro.

 

No passado, era comum que operadoras recebessem dispensas temporárias pelo regulador que permitiam exceder o limite de pessoas a bordo estipulado. A regulação mudou e isso fez com que Para Terra tivesse de parar de produzir para manutenção e recuperação de integridade de vários sistemas.

 

Já estão nas últimas etapas desta manutenção, prevendo a conclusão da primeira etapa ainda em dezembro, possibilitando o retorno à produção.

 

E a partir dali começam outras ações para aumentar o fator de recuperação como colocar mais poços e injetar água para aumentar a recuperação do óleo em place.

 

A produção em Papa Terra se retomada ao final de dezembro como esperado, deve voltar em torno de 14k bbl./d aumentando gradualmente para aproximadamente ~20k bbl/d após a conclusão da reforma do poço PPT-51 segundo relatórios de sell sides.

 

Atlanta – do zero aos 50 kboe

 

Atlanta é um megaprojeto de Greenfield (que começa do zero) e naturalmente desafiador por isso.

 

As boas notícias:

 

Do lado positivo, todos os poços foram perfurados no prazo, as bombas instaladas e o cronograma de implantação estão conforme o cronograma original e dentro do orçamento aprovado.

 

A licença de operação do Ibama saiu com todos os requisitos e a ANP agendou a vistoria de medição ao final de dezembro.

 

De 70 condicionantes de partida (itens que podem trazer uma melhoria na situação de segurança) faltam 19 que já estão praticamente prontas e em análise para eventual liberação.

 

A empresa planeja o início da produção nos primeiros meses de 2025. A produção deve

começar com cerca de 20 mil bpd através de 2 poços e aumentar com a conexão de mais 2 poços ainda no 1T e mais 2 poços até o meio do ano, chegando em torno de 40kbpd em 2025.

 

Sobre necessidade de investimentos, Atlanta já foi pré-investida para novos poços, então não tem mais pré-investimento para ser feito na unidade de produção, agora é apenas tieback (processo de conectar um poço ou campo offshore a uma infraestrutura existente, como uma plataforma de produção, FPSO, ou um sistema submarino de coleta e processamento).

 

Estão antecipando a assinatura de contratos dos long-lead items (equipamentos, componentes ou materiais que têm um prazo de fabricação, entrega ou instalação mais longo) para a fase dois de Atlanta, para driblar a falta de profissionais e equipamentos com o aquecimento atual do setor de petróleo.

 

 

Parque das Conchas (BC-10)

 

O Parque das Conchas, também conhecido como BC-10, é um ativo importante no portfólio da Brava Energia. A aquisição do campo foi realizada pela antiga ENAUTA, e a Brava aguarda a aprovação final da ANP para concluir o processo.

 

A aquisição do BC-10 já está em fase final de aprovação pela ANP

 

A Brava Energia terá 23% de participação no campo após a conclusão da aquisição e a contabilização do resultado será retroativa a julho de 2023 (com ajuste no saldo a pagar), o que impactará positivamente a alavancagem da empresa.

 

O montante devido à Brava foi reportado em diversos documentos como estando na faixa de US$ 80 milhões a US$ 100 milhões, dependendo da cotação do petróleo, taxas de produção e deduções aplicáveis (custos operacionais e tributários).

 

Já valor devido pela Brava relacionado ao Parque das Conchas foi estimado em aproximadamente US$ 40 milhões, com variações dependendo de fatores como ajustes de custos operacionais e financeiros aplicados retroativamente

 

Após deduzir o valor devido (US$ 40 milhões) do montante a receber (entre US$ 80 e 100 milhões), a Brava espera obter uma receita líquida positiva na casa de US$ 40 a 60 milhões.

 

Esse crédito se refere à participação da Brava nos lucros acumulados ao longo do tempo no Parque das Conchas, relacionados à sua posição contratual no consórcio.

 

A Shell Brasil, como operadora do campo, é responsável pela distribuição proporcional dos lucros entre os participantes.   

 

A produção do BC-10 contribuirá significativamente para o aumento da produção total da Brava e é um dos fatores que reforça a expectativa de a Brava Energia atingir uma produção de 100 mil boe/d em 2025.

 

A produção do BC-10 ajudará a aumentar a geração de caixa da Brava Energia, contribuindo para a desalavancagem da empresa e a implementação de uma política de dividendos mais atrativa a partir de 2026.

 

O campo já atingiu níveis de produção significativos, com picos em torno de 100 mil barris de óleo por dia (bpd) e volumes adicionais de gás natural. A produção média em 2024 dos 23% foi de 6,2 mil boe/dia

 

Outros ativos:

Manati: previsão de retorno da produção para o 1º trimestre de 2025

 

Peroá: Teve uma queda na produção trimestral no 3T24 devido à menor demanda por gás.


Uruguá-Tambaú: As negociações estão em andamento com a Petrobras para encerrar o contrato de compra e venda, pois a Brava entende que com o portfólio de projetos mais robusto atual podem ser mais seletivos

 

Oliva: Como parte da reavaliação do portfólio, a empresa decidiu adiar a Decisão Final de Investimento do Projeto Oliva.

 

Área de trading: busca por margens maiores

 

Entendem que existem oportunidades de otimizações e combinações logísticas, com capacidade de estoque das plataformas offshore, com o início de operação da FSO Atlanta e com a revitalização da capacidade de estocagem e offload da plataforma de Papa Terra.

 

Outra oportunidade é a formação de lotes maiores para exportação e novas combinações de qualidade para atendermos melhor o mercado.

 

No ambiente de gás vão diversificar essa base de contratos, levar a Brava para novos estados, novos distribuidores e novos clientes do mercado livre

 

Os principais drivers para a tese de investimento na Brava Energia hoje são:

 

Entrada em produção do FPSO Atlanta: A entrada em operação do FPSO Atlanta é um catalisador fundamental para a tese da Brava Energia. Com o FPSO em operação, a produção do campo de Atlanta aumentará significativamente, impulsionando a geração de caixa da empresa. O FPSO já está instalado e a produção deve começar em breve.

 

Retomada da produção em Papa Terra: A retomada da produção em Papa Terra, que está em fase de manutenção e preservação da integridade, é outro driver importante para a tese. A plataforma tem um grande potencial de produção, e a Brava Energia está trabalhando para aumentar o fator de recuperação do campo.

 

Conclusão da aquisição do Parque das Conchas (BC-10): A aquisição do Parque das Conchas trará um aumento significativo na produção e nas reservas da Brava Energia. O fechamento da transação está próximo e a contabilização do resultado será retroativa a julho de 2023.

 

Sinergias da fusão: A captura das sinergias da fusão entre a ENAUTA e a 3R é outro fator importante para a tese. A empresa estima mais de US$ 1 bilhão em valor presente de sinergias, e já está implementando um plano de ação para capturar essas sinergias.

 

Sinergias em alocação de capital:

- Redução no custo da dívida: upgrade do rating da Brava (combinação entre Enauta e 3R) pelas agências de rating S&P e Fitch

- Pré-pagamento de R$ 180 milhões em dívidas mais caras ou em condições onerosas para a companhia, no início de um processo de liability management.

- Recuperação combinada de créditos fiscais mais eficiente.

- A criação de mais-valia através do processo de reorganização societária no contexto da fusão.

 

Sinergias em Áreas operacionais:

- Redução de 10% de folha de pagamentos

- Consolidação da logística aérea e naval na área offshore

- Integração das campanhas futuras de desenvolvimento da fase 2 de Atlanta, novos poços de Papa Terra e da área de Peroá e Malombe,

 

Sinergias em Áreas comerciais:

- No lado de trading, a integração da gestão de risco entre gás e energia elétrica

- Construção de uma nova estratégia comercial para o gás

 

Redução de custos: A Brava Energia está implementando uma série de iniciativas para reduzir custos e aumentar a eficiência, o que aumentará a geração de caixa e a rentabilidade da empresa.

 

Os principais riscos para a tese de investimento na Brava

 

Atrasos na entrada em produção de Atlanta e na retomada da produção em Papa Terra: Qualquer atraso na entrada em produção do FPSO Atlanta ou na retomada da produção em Papa Terra pode impactar negativamente a geração de caixa e o desempenho da empresa. A empresa está enfrentando dificuldades com a sobrecarga dos órgãos reguladores e a simultaneidade de projetos offshore no Brasil.

 

Oscilação do preço do petróleo: A receita da Brava Energia é fortemente dependente do preço do petróleo. Uma queda significativa no preço do petróleo pode impactar negativamente a geração de caixa e a rentabilidade da empresa.

 

Dificuldades na contratação de serviços e equipamentos: A demanda aquecida no setor de óleo e gás no Brasil tem gerado dificuldades na contratação de serviços e equipamentos. Isso pode levar a atrasos e aumento de custos nos projetos da Brava Energia.

 

Alavancagem: A Brava Energia possui uma dívida líquida relativamente alta, embora a empresa esteja implementando um plano de desalavancagem.

 

Riscos do mercado de ações e da economia brasileira, como a alta de juros, em especial diante de alta alavancagem.

 

Empresa tem portfólio robusto, diversificado e integrado e investe rumo a produção de 100 mil barris

 

Com mais de 500 milhões de barril de reservas provadas, de ativos de produção offshore, offshore, mid e downstream em diferentes estágios de maturidade

 

Com a soma de 3R + Enauta a produção das companhias combinadas já chegou próximo dos 80 mil barris por dia no 1T24:

Fonte: Brava

 

A Maha Energy, principal acionista industrial a Brava, estimou que a Brava pode atingir uma produção de 100 mil boe/dia em 2025, com o aumento gradual da capacidade operacional e o suporte de preços estáveis do petróleo (em torno de US$ 70/barril)​

 

Ebitda deve crescer fortemente em 2025

 

Observando o 1T24 proforma da Brava, já considerando os ativos de 3R + Enauta, o  EBITDA consolidado seria próximo a R$ 1,244 bi, isso sem as restrições atuais em Papa Terra e com apenas três poços em operação em Atlanta  - com o FPSO novo em Atlanta, serão seis poços em operação.

 

Fonte: Brava

 

Em 2025, com o ramp-up do FPSO Atlanta e o resultado de outras ações o Ebitda estimado para a Brava por vários analistas de mercado é de cerca de R$7 bilhões

 

Fonte: Consenso das estimativas do InvestingPro - Cupom no final do artigo
Fonte: StatusInvest / Factsec

 

Apesar da dívida alta a empresa tem Posição robusta em Caixa

 

No 3T24 tinham US$ 1.2 bilhão em posição de caixa e equivalentes e cerca de US$ 1.3 bilhão em dívida líquida financeira.

 

Somando-se os earn-out (compromissos relacionados à aquisição de ativos do portfólio, incluindo parcelas diferidas e contingentes), a dívida líquida total é de US$ 1,6 bilhão de dólares ou R$9,6 bi.

 

Vale destacar que há US$395 milhões em recebidas com a Yinsom, do acordo firmado para o afretamento do FPSO (Floating Production Storage and Offloading) Atlanta os quais serão pagos durante o contrato de afretamento do FPSO Atlanta.

 

A Yinsom é responsável pelo FPSO Atlanta e os pagamentos fazem parte do acordo de uso e operação do FPSO. O modelo de pagamento é parcelado e distribuído durante a vigência do contrato, geralmente alinhado à vida útil esperada do campo Atlanta.

 

Esses valores serão pagos pela Yinsom ao longo da duração do contrato, funcionando como um fluxo de caixa contratual previsto, o que influencia positivamente a projeção da dívida líquida da Brava.

 

Portanto há US$395 milhões, ou R$2,4 bi, que estão contabilizados como um ativo (recebível futuro)


Brava (BRAV3) Valores em milhões de reais

            9.600,00

Dívida líquida 3T24 (DL)

            9.840,00

Valor de mercado em 16/12/24 (VM)

         19.440,00

Valor da Firma (VM+DL)

            7.000,00

Ebitda esperado em 2025

                     2,78

EV/Ebitda esperado em 2025

Considerando o Ebitda de 12 meses no 3T24 a dívida líquida/Ebitda, de 2,7x, patamar controlado dentro do parâmetro máximo de 3,0x exigido nos contratos de dívida, isso considerando a metodologia estabelecida nos instrumentos de dívida para fins de covenant.

 

A alavancagem alvo é entre 1 e 1,5 vezes, com potencial de atingir esse nível em 2025 e a distribuição de dividendos e buybacks deve ser prioridade após desalavancagem, com expectativa de pagamentos de dividendos mais robustos a partir de 2026.

 

 

A ação está descontada em comparação com outras petroleiras em múltiplos de mercado:

 

O CEO da Brava Energia, Décio Odoni, afirma na apresentação que o potencial da companhia não está refletido no valor da ação, que sofreu com as incertezas e frustrações causadas nos últimos meses pela decepção na entrega da produção offshore.

 

Esse quadro poderá mudar com a entrada em produção do FPSO Atlanta e a retomada da produção em Papa Terra e é o motivo da projeção de queda do EV/Ebitda nos próximos anos para as projeções de mercado da brava do mercado pela InvestingPro, conforme gráfico abaixo:

 

Fonte: InvestingPro - cupom no final do artigo

 

BRAV3 parece descontada frente aos pares, com um múltiplo EV/EBITDA menor que a de pares do setor

 

Comparação EV/EBITDA 2025 (estimado) de pares no Brasil

 

Vale observar que PetroReconcavo e PetroRio também estão relativamente descontadas em relação a players globais, com a queda generalizada da bolsa brasileira.

 

Empresa

EV/EBITDA (2025) Estimado

Comentários

Brava (BRAV3)

2,7x

Desconto atrativo em relação ao setor

PetroReconcavo (RECV3)

2,7x

Forte em ativos maduros onshore no Brasil

PetroRio (PRIO3)

3,4x

Enfoque em ativos offshore de baixo custo

 

Principais junior oil companies globais, incluindo múltiplos EV/EBITDA 2025 estimados e informações sobre operações e foco estratégico

 

Company Name

Ticker

Exchange

Região

EV/EBITDA 2025

Comentários

Reconnaissance Energy Africa Ltd

RECO

TSXV (Canada)

África

~4,5x

Foco na bacia sedimentar de Kavango (Namíbia e Botsuana), ainda em estágio exploratório.

Arrow Exploration Corp.

AXL

TSXV (Canada)

América do Sul

~3,8x

Ativos na Colômbia com bom potencial de crescimento, combinando óleo leve e gás natural.

Vital Energy Inc.

VUX

TSXV (Canada)

América do Norte

~5,0x

Produção diversificada, com ênfase em sustentabilidade e tecnologias de recuperação avançada.

Tenth Avenue Petroleum Corp.

TPC

TSXV (Canada)

Canadá

~5,2x

Empresa pequena com foco em ativos maduros e operações convencionais no oeste canadense.

PetroTal Corp.

TAL.V

TSXV (Canada)

Peru

~3,5x

Operadora no campo Bretana (Peru), destacada pela eficiência e baixo custo de produção.

Gran Tierra Energy Inc.

GTE

NYSE American/TSX

Colômbia e Equador

~4,0x

Forte presença na Colômbia, com foco em maximizar recuperação de campos maduros.

Africa Oil Corp.

TSX (Canada)

África

~4,2x

Investimentos em grandes descobertas na África Oriental e participação em consórcios offshore.

International Petroleum Corp.

NASDAQ OMX (Suécia)

Operações globais

~3,9x

Portfólio diversificado com foco em crescimento orgânico e aquisições.

TransGlobe Energy Corp.

TGA

NASDAQ

Egito

~3,8x

Foco em ativos onshore no Egito, com gestão eficiente de custos e receita em moeda forte.

Kosmos Energy Ltd.

KOS

NYSE

África e Golfo do México

~5,1x

Produção significativa em águas profundas e portfólio voltado para petróleo bruto.

Crescent Point Energy

CPG

TSX/NYSE

Canadá

~4,4x

Operações bem estabelecidas em petróleo e gás, com foco em regiões ricas do Canadá.

Whitecap Resources

WCP

TSX (Canadá)

Canadá

~4,0x

Foco em petróleo e gás com forte eficiência operacional e balanço robusto. no Canadá

Parex Resources

PXT

TSX (Canadá)

América Latina

~4,0x

Concentração em exploração e produção na Colômbia, com operações otimizadas.

 

Fonte: compilação de informações públicas e estimativas de mercado.

 

Potencial de valorização alto estimado pelo mercado

 

Mesmo após revisões, com a redução do preço alvo pela Selic elevada e algumas decepções com entregas atrasadas pela empresa o consenso ainda aponta para um alto potencial de valorização

Fonte: InvestingPro - cupom no final do artigo
Fonte: StatusInvest / FactSec

Porém, é importante considerar riscos específicos, como volatilidade nos preços do petróleo e desafios de integração pós-fusão, além de ações com tal perfil serem mais adequadas para investidores focados no longo prazo.

 

De empresa de crescimento para uma futura cash cow?!

 

A Brava pode aumentar o pagamento de dividendos em 2026.

 

Sua alavancagem atual limita a capacidade de distribuir dividendos mais robustos.

 

A desalavancagem é, portanto, uma prioridade para a empresa, que visa atingir uma alavancagem entre 1 e 1,5 vezes a dívida líquida/EBITDA para começar a liberar dividendos mais expressivos.

 

Com a entrada em operação do FPSO Atlanta, a retomada da produção em Papa Terra e a conclusão da aquisição do Parque das Conchas, a Brava Energia espera aumentar significativamente sua geração de caixa em 2025. Esse cenário, aliado ao plano de desalavancagem, cria a expectativa de que a empresa possa iniciar uma política de dividendos mais atrativa a partir de 2026.

 

A Brava poderá distribuir entre 2,3x e 3,1x seu valor de mercado atual em dividendos ao longo de seis anos.

 

É o que projeta a Maha Energy, maior acionista industrial da Brava Energia, revelou em sua apresentação recente que espera que a Brava distribua dividendos significativos a partir de 2025.

A projeção é de pelo menos US$ 710 milhões em 2025, atingindo um pico de US$ 1,2 bilhão em 2027.

 

Essa previsão considera um endividamento estável de cerca de 1,75x Dívida Líquida/EBITDA e a retomada da produção em ativos chave, o que é visto como essencial para viabilizar esses pagamentos expressivos​

 

 

O que poderá destravar o potencial de valorização das ações de Brava

 

O destravamento do potencial de valorização das ações da Brava Energia depende da superação de desafios operacionais, da materialização de seu potencial de produção e geração de caixa e da construção de credibilidade junto ao mercado.

 

A entrada em operação do FPSO Atlanta e a retomada da produção em Papa Terra são cruciais para reverter a "decepção na entrega da produção offshore" que impactou negativamente o valor da ação.

 

Além disso é importante uma comunicação de forma clara e convincente de redução de custos, otimização do portfólio, desalavancagem e geração de valor para o acionista.




 
 

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Cristiane Fensterseifer CNPI, CGA e consultora de investimentos no www.investe10.com.br
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cada investidor deve desenvolver suas próprias análises e estratégias.

A reprodução indevida de relatórios ou trechos está sujeita a multa e demais punições cabíveis, de acordo com artigos 102 e seguintes da Lei 9.610/98.

Exoneração de responsabilidade e informações importantes:

os conteúdos podem mencionar possibilidades de lucro financeiro decorrente de investimento, eximindo-se a analista de qualquer responsabilidade sobre eventuais prejuízos do cliente em decorrência da tomada de decisão deste.

Recomendações de investimento mesmo quando são fundamentadas pela avaliação criteriosa de um analista certificado, podem não se confirmar e não antecipar o comportamento dos mercados com exatidão.

Padrões, histórico e análise de retornos passados não garantem rentabilidade futura.

Todo investimento financeiro, em maior ou menor grau, embute riscos que podem ser mitigados, mas não eliminados.

Nunca devem ser alocados em renda variável recursos destinados a despesas imediatas ou de emergência, bem como valores que comprometam o patrimônio do cliente.

Os relatórios são assinados pelo analista de investimento pessoa natural e distribuidos pela publicadora INVESTE10 LTDA

A Investe10 não realiza intermediações financeiras. Cabe ao investidor a exclusiva responsabilidade pela execução de operações junto à respectiva instituição financeira na qual possua conta aberta. Os analistas têm, ou podem vir a ter, posições nos investimentos recomendados.

O disclaimer não se sobrepõe à legislação e regulamentação vigentes mais informações estão na aba Disclaimer deste site na guia home.





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