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Atualização de Priner e expectativas para os resultados das empresas no 4T22

Neste relatório faço algumas atualizações de preço alvo, devido a acontecimentos importantes em algumas empresas da carteira indicada, que mudam seu valuation, como é o caso das aquisições na Priner (PRNR3).


Além disso trago alguns insights sobre o 4T22 das empresas sugeridas.

Priner: Aquisições em massa aumentam preço alvo!


Nos últimos meses o setor de M&A (fusões e aquisições) da Priner (PRNR3) deve ter tido muito trabalho!


O plano estratégico da Priner é se consolidar como a líder em serviços de engenharia de manutenção no Brasil, expandir geograficamente e incrementar o conteúdo tecnológico das soluções oferecidas.


Veja só tudo o que foi divulgado de aquisições pela empresa:


Aquisição da Soegeo


Em 09/01/2023 a Gmaia, controlada da Priner, adquiriu 100% das quotas da Soegeo, criada em Belo Horizonte com foco em geotecnia.


Uma das principais tecnologias dominadas pela empresa é a execução de estacas injetadas ou pressoancoragem, um processo cujo desenvolvimento contou com a participação direta de seus fundadores.


A empresa gerou receita bruta média de R$ 19 milhões nos últimos cinco anos, projeta forte crescimento e criação de valor para os próximos anos.


Aquisição de 100% da Brito&Kerche


Em 27/12/2022 a Priner anunciou a compra de 45% do capital que ainda não detinha da Brito&Kerche, totalizando 100% de participação, já que em 18/02/2022a Priner tinha adquirido 55% da empresa.


A integração total da Unidade de Negócios de Engenharia de Integridade e Inspeção vai facilitar o encaixe de novas aquisições que devem vir por aí.


Além disso a Brito&Kerche vem apresentando excelentes resultados e cresceu 25% nos últimos 9 meses seu resultado operacional, o que motiva a compra.


A Brito&Kerche é a mais inovadora empresa de inspeção no Brasil.


Fundada há 11 anos, tem como foco principal a atuação nas áreas de Ensaios Não Destrutivos e Engenharia de Integridade Mecânica de ativos industriais, utilizando a melhor tecnologia disponível no segmento de inspeção.


A Brito&Kerche apresentou em 2021 receita bruta estimada em R$ 38 milhões e com sua aquisição, a Priner quintuplicou suas receitas com inspeções.


A atividade de inspeção tem margens e ROIC maiores que o da Priner e amplia suas margens consolidadas, bem como seu rol de serviços altamente especializados, com recorrência e alto valor agregado em engenharia de manutenção.



Em 31/05/2022 a Priner comprou a empresa gmaia, que atua no mercado de infraestrutura e é especializada em impermeabilização, proteção, reforço e recuperação de estruturas.


A empresa apresentou receita bruta anual média de R$ 58 milhões de 2019 a 2021 e R$ 63 milhões nos últimos 12 meses.

O múltiplo que a Priner pagou na aquisição da gmaia, medido pelo Valor da Firma/EBITDA (EV/EBITDA) foi de 4 vezes.


O múltiplo de aquisição da gmaia foi, portanto, maior do que negocia a Priner, um EV/EBITDA de apenas 3 vezes.


O múltiplo mais alto justifica-se pelas altas margens e baixa necessidade de capital do negócio de inspeção, além do fato de que a Priner está negociando muito descontada no mercado acionário na minha opinião.


Reestruturação societária


Além destas aquisições, em 28/11/2022 a Priner realizou a Incorporação da sua controlada Poliend, sem aumento do capital social ou emissão de novas ações, já que a Poliend já era 100% da Priner.


A reestruturação societária serviu para simplificar a estrutura do grupo e reduzir custos.


Resultados excelentes!


A prévia operacional recém divulgada pela Priner mostra um excelente 4T22, crescendo 80% ano a ano, como mostra o quadro abaixo:


Fonte: Priner


Repare na figura abaixo o crescimento da receita da Priner ao longo dos últimos resultados, bem como a diversificação em diversos serviços e setores, o que de certa forma mitiga o risco da empresa:


Fonte: Priner



Fonte : Priner


A receita da Priner está sendo acompanhada por uma evolução de margens, que cresceram de 17,1% no ano passado para 23,9% no 3T22, considerando ajustes pertinentes as últimas aquisições.


Fonte: Priner


Uma excelente medida de como seus resultados estão melhorando é a evolução do lucro per capta, ou seja, quanto a empresa lucra por funcionário.

Veja como isso aumentou significativamente também:

Fonte: Priner


Como resultado, veja a evolução das receitas e margens históricas e também minha projeção:



Múltiplos baixos


A Priner teve Ebitda de R$26 milhões e lucro de R$36 milhões no 3T22.


Para o ano de 2022 fechado eu estimo R$100 milhões de Ebitda e R$ 50 milhões de lucro, o que gera um EV/Ebitda 2022 de 3 vezes e um P/L de 6 vezes, bastante baixos.


Para 2023, o crescimento deve levar a múltiplos ainda menores, como mostrado no gráfico abaixo, o que pode normalizar-se com a alta esperada de suas ações:


Riscos sempre existem


Claro que não podemos ignorar os riscos do negócio, como uma crise no Brasil, riscos inerentes a economia na qual ela esta inserida, bem como nos setores de seus clientes.

Além disso temos os riscos do mercado de capitais, como liquidez e taxa de juros.


Conclusão: É isso que queremos quando investimos em microcaps!


Mesmo considerando os riscos, a trajetória de crescimento da emrpesa e sua lucratividade, bem como estimativas e preço alvo justificam a continuidade da ação na carteira sugerida!


Atualização do preço alvo!


Como a empresa aumentou suas receitas e resultados tanto via aquisições e incorporação de novas empresas, como por um excelente resultado operacional, é razoável reajustar seu preço alvo com a atualização do Valuation.


Por isso, apresento abaixo o resultado desta atualização.


Colocando aquisições e crescimento na conta bem como uma taxa de desconto maior do que a anterior, em 14%, pela alta de juros no Brasil, chego a um preço alvo de R$12 para as ações da Priner, PRNR3, um upside de 48% frente a cotação atual.


Também estimo um pagamento de proventos de 7% em 2023, o que leva o retorno total projetado para 55% e motiva minha recomendação de manter suas ações na carteira, mesmo após a alta de 44% desde que recomendei em 14/06/2022.


Tegma (TGMA3): Vendas de veículos normalizando, ótimo sinal


Tivemos recentemente a divulgação de dados setoriais de veículos tanto pela ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) como pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).


Segundo a Anfavea a produção de veículos no Brasil cresceu 5% em 2022 para 2,4 milhões de unidades.


Em dezembro de 2022 a produção caiu 9% frente ao mesmo mês de 2021.


Já as vendas, que são mais relevantes para a “cegonheira” Tegma, pois ela transporta majoritariamente veículos novos das montadoras para as lojas revendedoras caíram 1% no ano, mas houve melhora desde junho, quando o recuo anual acumulado chegava a 15%.


Em dezembro de 2022 as vendas subiram 5% frente a 2021, mostrando continuidade na recuperação!


Os dados da Fenabrave mostraram que as vendas de veículos novos subiram 5% em dezembro de 2022 ante o dezembro de 2021, com alta de 6% ante novembro de 2022.

Estes dados são positivos e indicam um forte 4T22 para a Tegma, com crescimento frente ao ano anterior.

Para 2023 a Anfavea projeta alta de 4% nos emplacamentos de veículos leves ,que são os prncipais transportados pela Tegma, conforme slide abaixo:

Fonte: Anfavea


Sigo confiante na Tegma como uma empresa com geração de caixa alta, sem endividamento, boa capacidade de pagamento de dividendos, estimados em mais de 5% ao ano e cujo segmento está melhorando com aumento de vendas de veículos descrita acima.


Aura (AURA33): 4T22 forte em produção


A produção da Aura (AURA33) divulgada hoje veio 15% maior que no 3T22 e 5% menor que no 4T21 , quando foi a maior histórica da empresa.


Achei bons dados de produção, em linha com a recuperação de produção que a empresa tinha guiado o mercado no seu Aura Day e espero um ótimo 4T22, por conta da produção maior, preços altos do ouro no trimestre e real desvalorizado frente ao dólar.


Fonte: Aura


Veja no gráfico abaixo a grande recuperação na produção da Aura ao longo do ultimo trimestre, comparado com os anteriores.

Fonte: Aura


Renner, Grendene e C&A: 4T é sempre o melhor trimestre do ano


Para as empresas de varejo da nossa carteira, acho importante ressaltar que o 4T22 sempre é o melhor do ano por conta da Black Friday e do Natal.


Para Renner e Grendene, além das vendas mais altas espero que o impacto da Selic sobre seu caixa liquido provoque lucros ainda maiores este ano, dado que estas duas companhias possuem mais caixa do que dividas e serão beneficiadas pelos juros de cerca de 14% ao ano no Brasil, levando a uma maior receita financeira.


No caso da C&A, que possui dívida liquida, minha expectativa é que a companhia apresente lucro no trimestre, apesar das despesas financeiras maiores com os juros, por conta da alavancagem operacional e melhora das margens das vendas de vestuário, como vimos no último trimestre.


Petrobras: e BBAS3: Baratas demais para ignorar


Após o início do mandato de lula vimos as empresas sofrerem com as notícias de mudanças nas suas lideranças, com as novas indicações para presidência e cargos do executivo.


A boa notícia para as estatais (BBAS3, PETR4) é que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, não irá priorizar qualquer mudança na Lei das Estatais em 2023 segundo o que saiu na mídia.


Segundo Pacheco, mexer com o tema traria instabilidade para o país e agitaria o mercado'.

No caso da Petrobras, foi oficializado o nome de Jean Paul Prates para presidência, o que ainda deve ser aprovado pelo conselho.


A boa notícia aqui foram os comentários do indicado de que não pretende mudar a correlação de preços praticadas pela empresa com o mercado internacional.


Apesar do mercado duvidar em parte da execução desta fala, acredito que o mais provável é que o presidente novo da estatal (caso sua indicação seja aprovada, claro) opte por algo como um fundo de estabilização de preços, algo que não seria negativo para a empresa.


Este projeto já é um estudo de Prates e creio ser a alternativa mais provável no futuro, pela maior facilidade de aprovação.


Além disso espero que a Petrobras tenha no 4T22 mais um trimestre forte, devido ao preço saudável do petróleo e acompanhamento da política de preços da empresa do mercado internacional


Com isso espero possíveis dividendos gordos pagos pela empresa novamente, ainda mais considerando que o novo governo precisa de receitas para realizar suas promessas de aumentos de gastos com auxilio e salário mínimo no ano que inicia.


Por falar nisso, das empresas sugeridas na carteira de ações Investe10, a Petrobras é a melhor colocada no ranking de expectativa de pagamento de dividendos em 2023.


E o Banco do Brasil (BBAS3) está em 3o lugar com projeção de 12% de dividendos em 2023.


Por seus múltiplos descontados e perspectivas de dividendos, continuo otimista com os cases, apesar do risco político.


Also + BRML: Nasce uma gigante nacional


A Aliansce Sonae (ALSO3) estima sinergias de R$ 210 milhões até 2028 com fusão com a BR Malls (BRML3), suas ações ALSO3 estrearam na segunda feira dia 09/01/2022 com alta já que a combinação de negócios foi concluída na sexta-feira anterior.


No próximo relatório trago uma atualização da combinação de resultados destas duas empresas, que formam um novo gigante!


Grande Abraço,




Cristiane Fensterseifer, CNPI, CGA - 11/01/2023







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