Cristiane Fensterseifer
abr 255 min
A recomendação de hoje TEM RISCOS MAIS ALTOS, já que é uma empresa que está em pleno turnaround.
O risco entendo ser um pouco mais alto, pois não estamos falando de uma empresa de dividendos , por exemplo.
Ainda assim , acredito que no momento atual, e após todos os fatos recentemente ocorridos, a empresa está barata demais para ser ignorada.
Por isso recomendo COMPRA com 1,5% do patrimônio. A empresa vai entrar no lugar de Tegma (TGMA3) na qual ganhamos mais de 70% desde a recomendação.
Apesar da alta de terça feira desta semana, de 13%, as ações PCAR3 caem cerca de 26% no ano.
Para começar a explicar a tese, é necessário uma pequena linha do tempo com os últimos acontecimentos.
O Pão de Açúcar estava muito alavancado.
Tal alavancagem comia praticamente todo o seu resultado operacional, de forma que não sobrava muito para os acionistas.
Mas como veremos uma série de iniciativas vai reduzir vertiginosamente a dívida.
Eventos recentes mudaram este cenário.
Vamos objetivamente aos motivos para a recomendação:
Quando anunciou um Follow on de até R$1 bi, obviamente as ações caíram, pois negociada com um valor de mercado próximo a isso, a diluição dos acionistas na época era gigante, caso não acompanhassem a emissão de novas ações colocando dinheiro novo para sanar as dívidas da empresa.
A estrutura de capital mais equilibrada permite a continuidade da reestruturação focada em maior lucratividade e melhoria do capital de giro.
Lembrando que além do follow on, o GPA recentemente concluiu uma operação de sale leaseback de 11 lojas – é quando a empresa vende uma loja para um fundo e o aluga a longo prazo, levantando R$ 300 milhões.
Considerando a entrada de caixa de R$ 704 milhões proveniente da oferta já realizada e das vendas de ativos e sale leaseback, a alavancagem cai substancialmente.
A dívida líquida no 4T23 pós venda da Exito ja era de R$1,5 bi conforme gráfico abaixo.
Considerando o Follow on já tinha caído para cerca de R$ 800 milhões, ou 0,5x Ebitda de 2023
O antigo controlador , o grupo europeu Cassino, está provavelmente de saída da empresa e já vem desmontando sua posição no GPA
Com necessidades de levantar caixa para as operações internacionais, em breve, após passado o período de lockup de 90 dias, que deve encerrar em junho, deve vender sua participação de cerca de 22,5% na GPA.
Algumas gestoras como a lendária SPX e a GTF Capital (do ex investidor do TC Rafael Ferri) parece que já estão se posicionado para abocanhar parte do capital vendido e ter mais influência na companhia
Obviamente, as gestoras que entrarem na ação, não querem perder dinheiro e a influencia deve vir para melhorar as coisas.
A SPX que no follow on adquirido ações adquiriu um bloco de quase 20 milhões.
Estimativas são que já deve possuir entre 7% a 8% do capital do GPA.
Além disso o Morgan Stanley atingiu 6,11% do total de ações ON e Ronaldo Labrudi, Ex-Chairman, 5,48% do total das ON
A marca Pão de Açúcar é a maior do setor de mercados premium do Brasil, ou seja, só a sua marca já vale algo substancial
Desde início de 2022, quando o atual CEO, Marcelo Pimentel, assumiu O GPA passa por uma reestruturação
A receita líquida no 4T23 foi de R$ 5,257 bilhões, correspondente a um crescimento de 7,3% na comparação com 4T22
.
O lucro bruto do GPA cresceu 21,9% e a margem bruta avançou 3,1 p.p. para 25,7% no 4T23.
Atualmente a margem bruta está em 25%, ainda abaixo do possível e histórico, perto de 28%.
O Ebtida ajustado do GPA foi de R$ 404 milhões, com alta de 39% sobre o 4T22.
A margem Ebtida ajustado alcançou 7,7%, 1,8 p.p maior na comparação anual
O resultado financeiro líquido da empresa apresentou um prejuízo de R$ 52 milhões no 4T23, revertendo o lucro de R$ 38 milhões registrado um ano antes.
O prejuízo líquido das operações continuadas foi de R$ 87 milhões no 4T23 ante R$ 272 milhões no 4T22 pela melhor do Ebtida
A dívida líquida caiu para R$ 721 milhões no 4T23 com fluxo de caixa livre operacional de R$ 981 milhões, venda de R$ 113 milhões em ativos, consumo de caixa de R$ 200 milhões e R$ 174 milhões de custo financeiro líquido.
Entre os riscos estão a pressão nas margens, a inflação impactando o poder de compra dos brasileiros, e outros movimentos adversos da economia brasileira, a competição com atacarejos, com preços mais baixos e com as vendas online.
Outros riscos do negócio são atrasos ou na aplicação de capital na expansões de lojas, bem como rentabilidade menor nestas.
Alem disso podem vir passivos tributários, dado que a cia tem R$12bi de passivo fiscal.
Por fim, com a mudança de acionistas não podemos desconsiderar os riscos de governança corporativa de novos acionistas.
A empresa tem alta quantidade de ações alugadas, cerca de 15% float (ações em circulação no mercado). Ao mesmo tempo que é um risco com tanta gente apostando contra o papel (qual o motivo?) em caso de notícias positivas a alta da ação pode ser maior pela "stopagem" dos vendidos.
Minha recomendação é de compra com preço alvo de R$ 4 para as ações PCAR3 um upside de 40%, além dos pontos levantados acima.
O upside do consenso de mercado é de 26% conforme mostrado abaixo na tela do InvestingPRO
Vendas melhores, melhora operacional com resultados superiores nas lojas físicas e digitais podem ser gatilhos de alta para as ações
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Abraços
Cristiane Fensterseifer – CNPI, CGA e consultora CVM
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16/02/2024